Artigo – Onde as Startups Erram


Todos os dias pessoas com novas ideias criam startups e, na mesma velocidade que surgem, várias destas desaparecem, desperdiçando muito tempo e trabalho. Este fato se dá por diferentes razões, contudo, em muitos casos, os erros poderiam ser corrigidos pela simples verificação de alguns aspectos.
A ideia é o principal fator determinante do sucesso ou fracasso a uma startup, e ao cria-la, o empreendedor tende a considera-la única, acreditando que logo que lançada será reconhecida como tal, tornando-se um sucesso instantâneo, com escalada comercial orgânica e geometricamente exponencial. 
Certo que esta será sua fonte de sucesso, tende a discuti-la apenas com sua equipe até ser lançada, acreditando que se comentada, esta será copiada. Com esta visão, uma startup pode incorrer em pelo menos três erros: não discutir o projeto com terceiros, não dimensionar o mercado e não validar a ideia antes do lançamento.
Tido como natural no Vale do Silício, no Brasil ainda é pouco comum que uma startup apresente ou discuta suas ideias com terceiros, a não ser quando busca captação de recursos. Como consequência, aspectos não previstos ou insights criativos que poderiam ser identificados por terceiros, são perdidos, e fazem com que fatores cruciais, passem desapercebidos pelo enclausuramento da ideia.
Outro erro está em não aferir se de fato existe um mercado. Ao projetar-se as demandas de tempo, recurso e investimento necessários para realiza-lo, é fundamental compreender sua potencial demanda, e se possuí a escalabilidade necessária para torna-la economicamente viável no médio e longo prazo.
O terceiro aspecto é a validação. Em geral uma startup desenvolve sua ideia e a lança sem uma validação prévia. É extremamente importante que antes do lançamento, a empresa crie um mínimo produto viável ou MPV, que é a realização de sua ideia de forma simplificada, com o menor custo, esforço e tempo possíveis, e a partir deste fazer sua validação. 
Se o MPV tiver boa receptividade, é um indicativo que se pode seguir com o aprimoramento de seu produto para o mercado, mas, em caso negativo, a startup tem a oportunidade de realizar os ajustes necessários para uma nova tentativa com o mínimo de prejuízo, ou mesmo, pivotar o projeto, dando novo direcionamento a partir dos resultados, feedbacks e aprendizados obtidos.
Umehara Parente

30 de dezembro de 2017